Descrição
Há poemas que, como diria João Cabral, pedem para ser ditos “em voz alta”. Toda poesia de Jessier Quirino é assim, não se contenta com leitura silenciosa e transborda uma oralidade compulsória. À medida que lia “Agruras da Lata D´Água”, na salinha do Museu da Imagem e do Som, onde Trabalho, fui sentindo vontade de que outros ouvisse o que lia, de compartilhar a leitura com os colegas de trabalho, e terminei lendo em voz alta para dois deles alguns fragmentos dos poemas que considerei mais criativos. É uma poesia que, por sua própria natureza, quer se mostrar, pede palco e público numeroso. Nisso, sua consanguinidade com a produção ancestral dos violeiros repentistas do Nordeste. (Alberto da Cunha Melo)